Rascunho do Tai

17 de Abril de 2016.

Na minha opinião, se você está comemorando junto com Eduardo Cunha e mais 350 deputados federais dos quais mais de 50% são investigados por corrupção, no mínimo desconfie. Há algo errado. Nem por isso minha análise é parcial, tento ver as coisas como um brasileiro que pensa em um país melhor, como um todo.

Acompanhei, por curiosidade, todo o desenrolar do dia de hoje pela televisão: um show de horrores, verdadeiro espetáculo circense.

De um lado, o PT mostra explicitamente que é um partido limitado. No momento de fraqueza, ao invés de crescer, volta às suas origens, incita as minorias e seu reduto eleitoral a irem à luta, dando uma prova clara de que o partido não suportou a responsabilidade de ter que tomar as rédeas de um país por inteiro, formado não só pelas minorias que defende, mas também por empresários, por trabalhadores que querem mais, por gente que quer crescer.

Por outro lado a oposição. É golpe sim. Não se vêem justificativas plausíveis para derrubar a presidente eleita. Vejam que 90% dos argumentos favoráveis ao impedimento nem sequer citam as “pedaladas fiscais”, motivo pelo qual a presidente está sendo julgada pelos deputados. Ela está sendo julgada não pela corrupção, não pelo desempenho horrível da economia ou por não conseguir dialogar com o Congresso. O julgamento foi político (como deveria ser), mas com os motivos reais maqueados. Como o povo comprou essa ideia, tá tudo certo!

Agora, o Impeachment vai ser bom para o Brasil? Vai! O governo foi incompetente e a oposição (liderada pelo genial Eduardo Cunha) se aproveitou para criar essa “falta de governabilidade” que vemos hoje. A partir da mudança, seja com Temer ou com qualquer um que se coloque lá, a coisa vai melhorar – não substancialmente é claro, mas porque a situação se inclina para isso.

O problema é que ninguém (nem eles, nem nós) fala em Brasil, em soluções, em diálogo. Citam suas famílias, seus padrinhos, a cidade que o elegeram, só mostrando que aqui mais importa o “nosso” do que o “de todos”, o “meu” do que o “do meu país”. Ou seja, puro revanchismo, uma polaridade burra enquanto o diálogo e a união, únicas soluções para começarmos a resolver nossos problemas, não estão nem em pauta no curto prazo do país.

Apesar disso tudo, sou otimista. Espero que estejamos dando passos para trás, para poder caminhar melhor no futuro.