Rascunho do Tai

54 meses de Mobilize: amor, ódio, arte e vaidade

Oi, tudo bem? Eu sou o Tainan, fundador da startup Mobilize Eventos. Tenho 26 anos e, na próxima semana, completamos 4 anos e meio nessa jornada chamada Mobilize. Hoje, queria falar sobre partes dessa jornada.

Muita gente me pergunta por que cargas d’água eu fui atender o mercado de casamentos. A verdade é que eu adoro resolver problemas das pessoas usando tecnologia, fico muito satisfeito em servir os outros dessa maneira, sabe?

No mercado de eventos eu encontrei muita gente que, às vezes mesmo sem perceber, precisava de ajuda. Mas não era só isso.

Eu odeio o tempo de setup.

“Mas o que é isso?!”, você deve estar se perguntando. É aquele tanto de tempo que você tem de investir na configuração, na preparação de um processo antes de poder partir para a produção, sabe? Pense nos exemplos:

Os meses que você gasta para, após a mudança para uma nova casa, finalmente conseguir relaxar; As décadas que um médico investe em estudos para, enfim, poder interagir com o primeiro paciente; As gerações que as famílias na base da escala social têm que esperar até que uma boa oportunidade de crescimento surja.

Veja, eu acredito que o tempo de setup seja necessário mas é simplesmente horrível que ele seja longo.

Somos criaturas tão criativas e capazes que a maioria absoluta do nosso tempo tinha de ser usada em produção – criando valor para a sociedade, – e não desperdiçada com burocracias, obstáculos e investimentos desnecessários até que, enfim, possamos fazer o que realmente queremos.

Diminuir esse tempo de setup para o maior número de pessoas possível é o que me motiva a fazer a Mobilize crescer.

Pacote de dicas para diminuir o tempo de setup

Valorizar velocidade em detrimento de perfeição foi a principal forma de diminuir o tempo de setup e alcançar os nossos objetivos de maneira mais rápida (obrigado mestre Igor Remígio do aiqfome por me mostrar isso na prática).

Não espere o dez, bote o oito pra rodar e rápido!

Use um gestor de tarefas como o Trello e… Get Things Done.

Sobre produtividade e escritórios modernos, aconselho a leitura do livro Rework do Jason Fried. Indicação da Steph também do aiqfome (love you guys ♥️).

Começando à ficar como deve ser

Só hoje que as coisas na Mobilize estão chegando no ponto inicial do que eu imaginava lá em 2014. Ou seja, foram 54 meses para que conseguíssemos chegar à um nível de qualidade aceitável em relação ao que os nossos clientes merecem. Eu acho isso muito tempo!

Você pode me acusar de ser lento, pouco ousado, ou ao contrário, de estar reclamando de barriga cheia por se tratar, na sua visão, de um curto período de tempo.

A verdade é que 80% das empresas vão à falência nos 5 primeiros anos e que a vasta maioria dos empresários de sucesso já estão na jornada há pelo menos 10, 20 anos. Ou seja, casos de sucesso “acelerados” na verdade são exceções.

E eu assumo essa missão para com os nossos clientes: acelerar esse processo de crescimento deles, diminuindo o tempo de setup de suas empresas por meio da verdade e transparência.

Quem é bom tem que ser reconhecido como bom e rápido, para que tenha mais recursos e possa se tornar ainda melhor.

Quem já foi bom, mas não é mais, também deve ser mostrado como tal.

Trata-se de implementar a justiça e igualdade de oportunidades por meio da tecnologia.

O que aprendi com as pessoas

Além daquela coisa repetida de que “pessoas são tudo numa firma, bla bla”, aprendi que os parceiros certos te tornam mais completo, mais seguro, mais capaz. Como parceiros me refiro à colaboradores, clientes, mentores, etc.

A minha evolução depende diretamente da evolução dos meus parceiros. As relações não são para sempre, mas você passa a entender isso de forma sadia, como períodos de aprendizado mútuo.

E, falando sobre aprendizado, vou compartilhar uma história.

Quando eu era pequeno, queria ser cientista. Adorava a ideia de descobrir coisas, criar novos compostos, explorar o desconhecido.

Acabei fazendo Ciência da Computação, curso que, apesar do nome, não produz cientistas mas sim bacharéis. Na graduação, também não segui a carreira de pesquisador.

Hoje, digo que a Mobilize é um grande laboratório.

“Aprenda sempre” está escrito em nossa parede. É o que fazemos: aprendemos com os problemas dos clientes, com os nossos mentores e uns com os outros, buscando evoluir sempre.

Não tenho vergonha alguma de dizer que somos uma empresa em construção diária. Aliás, desconfie do futuro daquelas que dizem o contrário.

Métricas de vaidade, inovação e concorrentes

Com o tempo e a maturidade, você deixa de se importar tanto com alguns números que fazem mais sentido para o seu círculo social, concorrentes e investidores ingênuos do que para o negócio em si. Isso é libertador.

O autor da expressão “métricas de vaidade” é Eric Ries, o cara que modelou o conceito de Startup Enxuta.

Veja: o número de funcionários, de usuários, de curtidas, seguidores, palestras, investimentos e pasme, até mesmo o número de vendas podem significar pouco em relação ao desenvolvimento do negócio. Provavelmente o mundo vai querer te dizer o contrário.

De coração, não dou a mínima pra essas métricas. Tanto que às vezes exagero e me cobro para não ser mais progressista do que a realidade exige.

O que me incomoda nas empresas do mercado é que pouca gente esteja de fato preocupada com inovação e em entregar valores compartilháveis por todos. A coisa vai girando em torno do business, de crescer, vender, superar a concorrência, enfim… sobrevivência.

Acho isso um tanto triste – mas super justo.

Cabe a nós, competidores, acharmos formas de entregar esses valores para a sociedade e ainda sermos rentáveis as hell, de modo que consigamos arcar com os riscos da ousadia. É o que tento fazer na Mobilize.

Love, Like & Art

Recentemente assisti essa palestra do Sam Altman, presidente da principal aceleradora do Vale do Silício e ele disse algo que me marcou.

Referindo-se às reações de usuários e clientes, ele comentou que é muito melhor você ter um punhado de loves do que uma centena de likes.

O argumento dele foi que as pessoas que amam seu produto geram um engajamento tal que passarão a atuar como defensores da sua marca. Tudo isso por uma vontade orgânica de compartilhar com o mundo que o seu produto é adorável.

Eu parei pra pensar nos apps que uso, serviços que contrato, estabelecimentos em que consumo, nas músicas e filmes que curto. A avassaladora maioria deles foram indicados por alguém cujo julgamento eu confie.

Foi daí que lembrei dos artistas!

A principal busca deles é o love, a admiração pela arte que criaram muito antes do like ou mesmo do money. E, com essa missão, muitos tocam os corações de multidões.

Tal como os artesãos, focam na peça, no produto da arte que esculpiram incansavelmente visando unicamente criar algo em que acreditam e, assim, aflorar o sentimento do outro.

Que eu como empreendedor e a Mobilize como empresa consigamos evoluir e alcancemos o coração de vocês. Estamos juntos nessa.