Era uma vez, em um reino secreto e distante, próximo do pólo norte, chamado Dreamland, dois moradores locais, que viviam em suas propriedades, localizadas cada um em um extremo do povoado: eram eles o Querer e o Poder.
Querer era muito conhecido e próximo das pessoas que ali viviam, os jovens então, o adoravam. Por onde passava, seu nome era gritado, e cumprimentava à todos com um carinho imenso. Por isso, tinha até sido convidado para participar da Câmara de Vereadores, tamanha sua popularidade, porém os macacos velhos da política local, Aproveitar e Corromper, logo rechaçaram a conversa. Parecia que cada pessoa carregava um pouco de Querer dentro de si, por isso ele se mostrava tão familiar, não havia uma pessoa no reino que não se identificasse completamente com ele. Na verdade… havia uma.
Poder era o mais velho habitante daquele reino. Morava em um castelo negro no topo de uma grande montanha, que podia ser vista de qualquer lugar de Dreamland. A montanha era bastante íngreme, o que dificultava em muito o acesso das pessoas. O ancião tinha poucos (e muito bem selecionados) amigos, aos quais era dado o direito de lhe visitar quando quisessem. As características que Poder exigia de seus amigos, e ele podia fazer isso, eram a perseverança e atitude. O que ninguém entendia era o fato de que Poder só se aproximava daquelas pessoas extremamente íntimas de seu arquirrival Querer, com o qual trocava poucas palavras. Em tantos anos de vida, o velho tinha conhecido muitos que tornariam-se seus grandes amigos, não fossem pecados, que para o metódico Poder eram irreversíveis, como a preguiça, o conformismo e a desistência.
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