No decorrer do ano sempre passamos por aqueles dias estranhos. Hoje foi um deles. Às vezes bate uma estranheza e o que se deseja é se trancar em um quarto escuro e ali ficar, só. Após uma gama de pensamentos, o sono chega. Mas é interrompido minutos depois: a mãe, preocupada. A resposta daquela indagação quase automática, “Está tudo bem?”, é também automática, pois é muito mais fácil responder um simples “Tá sim!”, do que explicar o que (não) se passou. Depois dessa interrupção, vem o almoço, um pouco de televisão pra saber das novidades. De volta ao trabalho, tudo parece estar como sempre foi, mas hoje não é um dia normal. Nesses dias ‘estranhos’, a gente olha pra dentro, vê o que vem sendo feito de bom e ruim. A gente percebe que certas atitudes não foram tão certas, que devemos tratar todos da mesma maneira, a bíblia o disse antes. Se um dia, não dei esmola para uma moradora de rua e fui seco com ela, por achar que mendigar é uma pura questão de opção, quem sou eu para julgá-la? Nem ao menos conheço um instante de seu passado. Porém tanto pra mim, quanto pra ela, nunca é tarde pra recomeçar, pois acredito eu, que o destino é feito por nossas escolhas. Não somos nada mais que as nossas escolhas e Deus por nós. Então, do meu arrependimento nasce um olhar mais humano para aquela mulher e, talvez, da força de vontade dela possa vir uma oportunidade de futuro melhor. Em dias estranhos os sentimentos se multiplicam. Bate a tristeza e saudades de pessoas que não estão por perto, a satisfação de ver amigos que realmente são irmãos escolhidos a dedo. Bate o sono também. Dias estranhos são estranhos, a gente chega a conclusão que não deve-se escrever nada com sono, algumas frases acabam com o cheiro romântico do texto. Recomeços sempre são bem-vindos, que amanhã, o recomeço do dia, nos traga boas histórias para contar, mas por favor, que não sejam histórias… estranhas.
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