O teor das mensagens de revolta que li durante, mas principalmente após a eleição, me impressionaram. Meu texto também é uma revolta, contra essa revolta.
Eu votei 13. Começarei dessa maneira porque assim você já pode criar um estereótipo sobre minha pessoa, meu nível social, meu grau de escolaridade e até a região do país onde eu moro, não é mesmo?
Afinal, quem não vota como você só pode ser: burro; pobre; vagabundo; ou todas as anteriores. Partindo daí, já nota-se que você não respeita a opinião do próximo e que apesar de linchar a gauchinha racista há cerca de um mês, também é capaz de ser preconceituoso de vez em quando.
Aí você vem me falar dos protestos do ano passado. Afirma que 45 era a resposta para aquilo que eu exigi há um ano atrás. Também fala da corrupção, como se estivesse a ponto de “remover uma quadrilha” e eleger um novo governo casto, sem antecedentes. Bom, nesse momento eu começo a criar um estereótipo da sua pessoa.
Espero que seja apenas sua revolta, falando por si. Pois seria muita ingenuidade caso contrário. Tive um grande professor no ensino fundamental que nos dizia “leia, interprete e responda”. Não repitamos o que lemos, vemos e ouvimos sem nenhum tipo de filtro… ponderação. Senão, sulistas ou nordestinas, ricas ou pobres, brancas ou negras, seremos apenas ovelhas.