Abala. Toda grande transição abala. Não sei se é assim com todo mundo, mas sou alguém que não costuma contrariar a inércia, talvez seja um dos meus defeitos: sou resistente às mudanças, as deixo para o último segundo, quando são realmente necessárias.
Mas chega uma hora em que elas tem que acontecer. E aí, abala. Dá medo. Dá saudade do que ainda nem acabou. Talvez seja um sintoma de quem vive intensamente e gosta de viver, não sei. Pensando melhor, acho que não tem nada a ver com isso.
Sei que é histórico, se repete como um loop: foi assim em 2006, foi assim em 2009 e é assim agora. E tudo sempre foi superado. E passaram-se períodos lindos após as transições. Dessa vez também será assim, eu sei.
Porém dar um passo no escuro, em território desconhecido, mesmo confiando que ele será um passo firme, é difícil. Imagine um ferro de passar roupas na sua frente. Ele está ali há algum tempo, mas você não vê se seu fio está ou não plugado na tomada. Tem 90% de certeza que não. São apenas 10%, mas seus instintos vão tentar te impedir de tocar a improvável parte quente do ferro com as mãos, diga o que seu cérebro disser.
Chegou a hora do passarinho voar, da criança enfrentar a montanha russa, do banhista mergulhar na água gelada da Praia de Joaquina, do louco saltar de paraquedas. Hora de o moleque virar homem.
Venha! Estou esperando por você, futuro. Não muito ansioso, é verdade, mas não sinta-se desmerecido por isso, é apenas meu jeito de ser. No fundo, sei que seremos grandes amigos em breve… até lá, talvez eu já tenha te concedido um apelido carinhoso. Que tal ‘Presente’? Até amanhã.