Rascunho do Tai

Metas.

Todos têm sonhos. Alguns traçam planos e decisões que devem tomar para que possam conseguir alcançar certo objetivo, outros, menos ambiciosos ou até por falta de opções, seguem suas vidas estagnadamente, de forma conformada. Acontece que a vida não é uma ciência exata. Ao contrário, ela é nada previsível, tanto para aqueles que traçaram cada passo futuro, quanto para os que vivem cada momento sem pensar muito no depois, desvios de rota são muito comuns e, uma vez que ninguém sabe o dia de amanhã, todos aqueles planos podem, ou não, serem despedaçados pelo acaso.

O que mantém aqueles que aspiram por dias melhores, buscando com todas as forças concretizarem seus objetivos, no caminho rumo à luz que se encontra no final do túnel? A minha hipótese é de que são os sonhos. Um sonho é um objetivo máximo que todos temos, e para alcançá-los passamos pelas piores dores e sofrimento, pois a idéia é a de que um sonho realizado compensa todas as dificuldades.

Mas é sensato viver anos de sofrimentos para colher os frutos no final da vida? Para ilustrar: um homem, empresário de uma grande empresa, sempre ocupado e atarefado, trabalhando cerca de 10 horas por dia decide ir de férias para uma praia longínqua. Em determinado passeio, ele pára para conversar com um pescador e indaga “Como você consegue viver aqui nesse fim de mundo, sem regalias, morando numa cabaninha, sem todos os luxos da cidade grande?”, então o senhor pescador serenamente responde “Eu vivo na minha cabana, de frente com a praia, durmo em minha rede e como frutos do mar, quando preciso, vou pescar, se não passeio pelas praias da região conhecendo lugares novos e descansando. Você trabalhará anos e anos, em escritórios fechados, passando raiva no trânsito caótico da cidade, ouvindo broncas de seu chefe, para após 30 anos, no fim de sua vida, se aposentar e comprar uma casa na praia, dormir em uma rede, comer frutos do mar, pescar às vezes, passear pelas praias da região e descansar, assim como eu.”. Algo a se pensar.