Ontem, 18 de Junho de 2013 era dia de manifestação na minha cidade. Na hora marcada, subimos da universidade para o ponto de encontro dos manifestantes, mais de 10 mil confirmados. Porém, ao chegar no local, me decepciono. Não pela quantidade de pessoas, mas por causa de um grande caminhão de som, com membros de um partido político encabeçando a movimentação, com microfones, como se estivessem “guiando” o povo. Mas não era pra isso que eu estava ali. Penso comigo: “No Brasil inteiro foi a voz do povo que ecoou, o mesmo povo que não aguenta mais ser ‘rebanho’ mal tratado, e que não se sente representado pela maioria dos políticos, mas aqui, na minha cidade, vão conseguir estragar algo tão bonito?”. Eles estavam tentando se apossar de vozes e de uma energia que não os pertencia. Mas não era só eu que estava pensando isso. Enquanto o caminhão saía do local de concentração inicial, acompanhado de suas bandeiras vermelhas e dos gritos do partidário ao microfone “Vamos, minha gente, sigam-nos”, o que eu vi foi a movimentação de milhares de Maringaenses, mas antes, Brasileiros, que também percebiam e rechaçavam aquela atitude aos gritos, e ao invés de seguir os impostores, fizeram a passeata tomar o rumo contrário a eles. Para mim, foi um momento mais forte do que qualquer grito de orgulho à pátria ou o gesto de cantar o hino nacional, foi uma demonstração de que o povo não está alienado ao que está acontecendo, pelo contrário, está cansado de ver essa sujeira sem fazer nada. Foi bonito ver de perto que o Gigante acordou.